sábado
O AR QUE RESPIRAMOS
Momentos. Encontro íntimo com almas a tocarem a FELICIDADE, a gozarem o PRAZER ou a iludirem a TRISTEZA. Enredam-se uns nas estórias dos outros, sem saberem, sem se conhecerem, sequer. Mas estão todos lá, como uma orquestra harmoniosa do destino, colocados como peças de xadrez, no tabuleiro da vida. Episódios que se entrecruzam num jogo de espelhos que deixam espreitar a alma através de uma estrada de cicatrizes. Percorridas na infância. Porque a culpa, a frustração, o vazio e o medo que se traz das raízes, desenham traços irreversíveis no mapa da vida.
Educado na infância para o estudo, o trabalho e as obrigações, como o caminho para a FELICIDADE, em adulto esquece-se de viver. Afundado no esquecimento de si mesmo, um dia a borboleta da mudança dá-lhe asas. Contrariando "a rotina que impede a mente de vaguear" vem a encontrar a felicidade quando trilha a transgressão e exercita o poder que, afinal, todos têm com uma arma na mão. Que lhe foi depositada por alguém, para que a usasse de forma libertadora. Consegue morrer com um último sorriso feliz e uma gargalhada vingadora.
Alguém feito de gelo, da culpa de ter deixado para trás o seu pequeno melhor amigo. Que passou a praticar o mal, a mando, para magoar e ser magoado. Que por prever o Futuro vive sem graça sabendo o Amanhã. Alguém que só se vem a libertar quando vê, em forma de capa de disco, aqueles grandes olhos verdes de carícia e que lhe embaciam a visão do futuro. Sem legendas, deixa-se apanhar e é massacrado, sem reacção. E é com um sorriso embrulhado numa alegre gargalhada que é atendido por um médico a precisar de salvação. Ouve-se o seu pensamento: PRAZER, prazer supremo em ser surpreendido pela vida. Alguém que se liberta quando faz o bem por outro. Com grandes olhos verdes e que o destino lhe trouxe sem pré-aviso. E que carregam a TRISTEZA do mundo, de uma vida artificial, pública, sem governo e sem sentido. Cheia de uma alegria postiça, salgada de tantas lágrimas de bastidor. Objecto dos caprichos de um implacável mandante, à mercê, sem o pai-confidente, porto seguro perdido mesmo antes de completar a primeira década.
O PRAZER e a TRISTEZA são almas marcadas para se encontrarem ao longo dos tempos. Nesta vida e nesta história ele morre para a salvar, dissimulando e traindo confianças. Deixa-lhe a semente de um filho, mas parte sem lhe retirar a condição de refém.
Há porém quem a salve da tristeza e lhe devolva a esperança. É, também, quem lhe salva a vida no momento em que embrulhada no tule branco noiva de um lençol se despedia do mundo na esquina de um telhado.
E ela salva-o a ele, àquele mesmo médico que tempos atrás recebeu a gargalhada do seu amado à chegada do hospital. Salva-o e ele, porque a raridade do seu sangue é a única e última hipótese de bombear o coração quase apagado da mulher que ele sempre amou e não soube guardar para si.
Confuso como os nós a que vida nos amarra!
Educado na infância para o estudo, o trabalho e as obrigações, como o caminho para a FELICIDADE, em adulto esquece-se de viver. Afundado no esquecimento de si mesmo, um dia a borboleta da mudança dá-lhe asas. Contrariando "a rotina que impede a mente de vaguear" vem a encontrar a felicidade quando trilha a transgressão e exercita o poder que, afinal, todos têm com uma arma na mão. Que lhe foi depositada por alguém, para que a usasse de forma libertadora. Consegue morrer com um último sorriso feliz e uma gargalhada vingadora.
Alguém feito de gelo, da culpa de ter deixado para trás o seu pequeno melhor amigo. Que passou a praticar o mal, a mando, para magoar e ser magoado. Que por prever o Futuro vive sem graça sabendo o Amanhã. Alguém que só se vem a libertar quando vê, em forma de capa de disco, aqueles grandes olhos verdes de carícia e que lhe embaciam a visão do futuro. Sem legendas, deixa-se apanhar e é massacrado, sem reacção. E é com um sorriso embrulhado numa alegre gargalhada que é atendido por um médico a precisar de salvação. Ouve-se o seu pensamento: PRAZER, prazer supremo em ser surpreendido pela vida. Alguém que se liberta quando faz o bem por outro. Com grandes olhos verdes e que o destino lhe trouxe sem pré-aviso. E que carregam a TRISTEZA do mundo, de uma vida artificial, pública, sem governo e sem sentido. Cheia de uma alegria postiça, salgada de tantas lágrimas de bastidor. Objecto dos caprichos de um implacável mandante, à mercê, sem o pai-confidente, porto seguro perdido mesmo antes de completar a primeira década.
O PRAZER e a TRISTEZA são almas marcadas para se encontrarem ao longo dos tempos. Nesta vida e nesta história ele morre para a salvar, dissimulando e traindo confianças. Deixa-lhe a semente de um filho, mas parte sem lhe retirar a condição de refém.
Há porém quem a salve da tristeza e lhe devolva a esperança. É, também, quem lhe salva a vida no momento em que embrulhada no tule branco noiva de um lençol se despedia do mundo na esquina de um telhado.
E ela salva-o a ele, àquele mesmo médico que tempos atrás recebeu a gargalhada do seu amado à chegada do hospital. Salva-o e ele, porque a raridade do seu sangue é a única e última hipótese de bombear o coração quase apagado da mulher que ele sempre amou e não soube guardar para si.
Confuso como os nós a que vida nos amarra!