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quinta-feira

CHARLOTTE GRAY 

O filme intenso e a cores fêz de mim a protagonista. Uma Charlotte Gray (nunca escrevi sobre este filme, que é bem um dos da minha vida) que descobre, luta e perde um amor no curto espaço de tempo de uma guerra. É corajosa, vai atrás e é obrigada a desmobilizar por que as noticias que os ventos lhe trazem são de morte. Fica amputada mas não morre por dentro. Quer mas não consegue. A teia envolvente não deixou. O extremo desespero, amor aos camaradas que dela dependem, ódio pelo inimigo e o auto-controlo que lhe salva a vida, são o sal que lhe tempera os dias e as noites sem memória das saudades que viveu. Inglesa na resistência francesa, heroina anónima da causa comum, não é termo de comparação, infima figura eu sou. Mas também eu O descobri e em mim ficou colado, plasmado em todo o meu ser, a queimar e a querer ficar. E as memórias das minhas noites trazem-me as saudades do que não vivi. Encontrei-o, tem rosto, gostaria de ter sido maestro, mas é uma pessoa adiada e a batuta ficou para trás. E em breve será meu passado.Sem termos vivido o paraíso anunciado. Foi uma linda ilusão de entendimentos de alma, traída pela vida bem real. A nossa Charlotte enquanto procura um, encontra outro, afinal o tal da alma. Eu infelizmente, não me parece ter enganado, mas também não vou morrer por dentro. O sal cura as feridas e vai temperando a tristeza.E também há à volta quem se alimente de mim. E firme volto a alimentar eu este blogue. A terapia pelo cinema tem vindo a fazer o seu efeito. Cada mergulho amacia pela fuga de mim. Depois, a luz chama-me à realidade.

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